Relato de parto de Livia de Moura:
“Estava grávida das gêmeas Alice e Beatriz. Estávamos com 38 semanas e 3 dias e aquela imensa vontade de conhecer o rostinho das meninas e a sensação de que, graças a Deus, havíamos conseguido ultrapassar a barreira da prematuridade, tão comum entre gemelares e que tanto me preocupava.
Todas as ecografias demonstravam que a bebê mais próxima da saída estava pélvica (sentada) e a segunda cefálica.
Meu sonho sempre foi o parto normal. Por isso, procurei uma médica que defendia esse tipo de nascimento quando confirmei a gravidez e o acompanhamento de uma doula (permaneci com a profissional com quem havia feito acupuntura antes da gestação). Em seguida, comecei a estudar o tema (parto normal de gêmeos parto de bebê pélvico).
No dia 16/06/2015, às 11 da manhã, perdi o tampão mucoso. Às duas da manhã do dia seguinte a bolsa rompeu e avisei à médica e à doula.
As contrações logo começaram e começamos a monitorá-las. Ficavam mais fortes, intensas e dolorosas a cada hora. Passei boa parte do tempo no chuveiro, buscando o alívio da dor.
Às 7 da manhã optamos por ir ao hospital. Quando chegamos, encontramos nossa médica, que nos auxiliou nos trâmites da internação. Chegando no quarto, a doutora fez o PRIMEIRO EXAME DE TOQUE DE TODA A MINHA GESTAÇÃO: já estava com 10 cm!
Fomos para o centro obstétrico às 8 horas e a fase expulsiva do parto começou.
Optei por ficar na banqueta e usar o rebozo, que é um tecido que ajuda na hora da contração para direcionarmos a força para a região pélvica.
Para aliviar as dores, a doula levou um massageador elétrico e uma bolsa de ervas quentes para colocar na barriga e no pescoço. Foi excelente e de fato aliviou bastante a dor!
Às 12:39 Alice – a bebê que estava pélvica - nasceu! Linda e saudável, pesando 3.125 kg!
Foi maravilhoso! Amor intenso, sublime, momento transformador! O dia mais perfeito da minha vida!
Choramos muito de emoção! Agradeci muito a Deus, pois o senti muito presente naquele momento!
Fiquei com a sensibilidade muito aflorada pelo momento maravilhoso que estava vivendo! A DÁDIVA DE GERAR UMA VIDA! A médica a colocou por cima de mim e ali ficamos por alguns minutos!
Meu marido cortou o cordão e acompanhou a pediatra na limpeza.
Não deixei pingar o colírio de nitrato de prata.
Após o nascimento da Alice, tinha que recobrar o controle da respiração e voltar para a Partolândia, me concentrar, mas não estava conseguindo. A dra fez um toque e a dilatação tinha regredido. Estava com 8cm e a bolsa da Beatriz estava íntegra!!! Ou seja: poderíamos esperar o tempo dela com segurança. Ficamos conversando, comendo, rindo, ouvindo música e monitorando os batimentos cardíacos até às 16 horas – quando as contrações voltaram.
A bolsa da Beatriz rompeu e ela nasceu às 19:40 – SETE HORAS APÓS A IRMÃ MAIS VELHA! Beatriz também ficou no meu colo por bastante tempo após o nascimento.
Eis o relato do meu parto!
Gemelar, sem anestesia, sem episiotomia, pélvico e cefálico, gravidez a termo e com todas as minhas vontades respeitadas! Muito suor, amor, gritos e lágrimas!!!
O importante de tudo, em qualquer via de nascimento, é a mulher ser ouvida e respeitada!!!!
De tudo uma certeza: a presença inconteste de Deus naquele momento mágico!”
Sobre o assunto:
http://guiadobebe.uol.com.br/gemeos-e-agora-parto-normal-ou-cesarea/
http://guiadobebe.uol.com.br/gemeos-e-agora-parto-normal-ou-cesarea/
Na foto: Livia e suas gêmeas Alice e Beatriz após o nascimento.
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